No dia 26 de maio de 1969 o Pe. Antônio Henrique Pereira da Silva Neto, auxiliar do arcebispo de Olinda e Recife Dom Hélder Câmara, saiu para uma reunião, esse era responsável pelo setor da Arquidiocese que dava assistência à juventude em especial universitária. Nesse mesmo dia o Pe. Henrique foi seqüestrado, torturado e assassinado, tendo seu corpo jogado num matagal da Cidade Universitária. O episódio teve características de crime político e o seu enterro transformou-se numa gigantesca passeata pelas ruas do Recife, com vários atritos com as forças policiais.
“A corda aperta-lhe o pescoço e o homem dobra as pernas, semi-asfixiado e cai de joelhos. Uma pancada de faca ou canivete no rosto e o sangue escorre, grosso, molhando o dorso nu e as calças.
Os vultos, ao seu redor, começam a tornar-se ainda mais difusos e ele sente um impacto na face e, certamente, não sente o segundo, à queima-roupa, pouco acima da orelha.
Dois tiros de mestre, convergindo para um só ponto do cérebro. O homem estende-se em meio à pequena clareira aberta no matagal e, nos últimos estertores da morte, agarra, com a mão direita, crispada, um tufo de capim.
Passava da primeira hora da madrugada de 27 de maio de 1969 e não era chegada, ainda, a terceira hora. Os olhos do homem estavam abertos, como abertos e cheio de espanto estavam os olhos do vigia Sérgio Miranda da Silva, quando o encontrou, estirado no chão, às seis e meia da manhã.
Antes das dez, o corpo estava identificado: era do padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto, 28 anos de idade, visto com vida, pela última vez, por uma testemunha, quando era obrigado a entrar numa rural verde e branca.
No final da tarde, a igreja do Espinheiro, no Recife, estava abarrotada de gente para assistir à missa de corpo presente, celebrada por 40 sacerdotes. Durante toda a noite houve vigília e, no dia seguinte, a pé, por mais de 15 quilômetros, uma multidão de 20 mil pessoas acompanhava o enterro até um cemitério próximo à Cidade Universitária, a mesma região aonde aconteceu o crime”.
- Foi assim que, seis anos depois, ao reconstituir o episódio, o Jornal da Cidade narrou o assassinato do Padre Henrique. Um crime que até hoje nunca foi explicado e, provavelmente, nunca o será. Sabe-se apenas que, por várias vezes, antes daquela madrugada, o padre sofrera veladas ameaças de morte. Sabe-se, também, que ficaram pistas. Mas só as pistas não resolvem casos. Principalmente casos acontecidos numa época em que o Brasil vivia sob a censura e a brutalidade da ditadura militar.
Fonte: http://www.pe-az.com.br/
Detalhes: http://www.desaparecidospoliticos.org.br/pessoa.php?id=84&m=3
Detalhes: http://www.desaparecidospoliticos.org.br/pessoa.php?id=84&m=3
Infelizmente até hj temos vaarios martires , tanto no campo comp na cidade
ResponderExcluira paz
walter ]
osasco-sp
Ao tempo em que convido, peço a ajuda na divulgação das solenidades que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica (SEDH-PR ) a Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Cidadã (SDHSC-PCR) e a Secretaria de Educação Esportes e Lazer da Prefeitura do Recife promovem em parceria, para lembrar os 40 anos da Execução do Padre Henrique por agentes do Estado Brasileiro em maio de 1969.
ResponderExcluirSegue a Programação:
10 Horas - Sessão solene da Câmara de Vereadores do Recife(iniciativa da Vereadora Marília Arraes).
Na ocasião, a Câmara do Recife concede a medalha José Mariano, Pós Morte ao Padre Henrique (solicitação do Vereador Luciano Siqueira).
14 horas - Visita do Ministro Paulo Vannuchi à Escola Padre Henrique.
15 horas - Inauguração de escultura na Praça Padre Henrique - Cais da Aurora ao lado do Monumento Tortura Nunca Mais.
(a Escultura é uma doação da SEDH/PR à cidade do Recife para preservação da memória e identidade do povo recifense e faz parte do projeto Direito a Memória e a Verdade).
Também em Campinas (SP) estaremos relembrando o bárbaro assassinato há 40 anos de nosso irmão Pe. Henrique Pereiro Neto. Que seu martírio seja a chama que iluminará todos os jovens a participarem da luta contra as injustiças.
ResponderExcluirVictor A. Petrucci
Companheiros, agradeço os comentários! E q de fato possamos reconhecer e seguir o exemplo de Pe. Henrique q deu sua vida por amor!!!
ResponderExcluir- Peço a gentileza dos amigos partilharem as experiências e como foi os encontros...
Abraços e Força na Luta!